28/06/2017

11 - A FÉ RELIGIOSA

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Roteiro-cap. 11- A Fé Religiosa
Emmanuel/Chico Xavier

Em todos os tempos, o homem
sonha com a pátria celestial.

As ideias do céu e inferno jazem
no pensamento de todos os povos.

Os indígenas da América admitem o paraíso de caça
e danças permanentes, com reservas inesgotáveis de
fumo.

Os esquimós localizavam o éden nas cavernas
adornadas.

As tribos maori, que cultivam a guerra, por estado
natural de felicidade, esperam que o céu lhes seja
uma rinha eterna, em que se digladiem,
indefinidamente.
Entre os hindus, as noções de responsabilidade e justiça
estão fortemente associados à ideia da sobrevivência.
De conformidade com a crença por eles esposadas, nas
eras mais remotas, os desencarnados eram submetidos às
apreciações do Juiz dos Mortos. Os bons seriam
destinados ao paraíso, a fim de se deliciarem, ante os coros
celestes, e os maus desceriam para os despenhadeiros do
império de Varuna, o deus das água, onde se instalariam
em câmaras infernais, algemados uns aos outros, por laços
vivos de serpentes. Situados, porém, na sementeira da
verdade,
sempre admitiram que do palácio celeste ou do abismo
tormentoso, as almas regressariam à esfera carnal, de
modo a se adiantarem na ciência da perfeição.

Os assírios-caldeus supunham que os mortos viviam
sonolentos em regiões subterrâneas, sob amplo
domínio das sombras.

Na Grécia, a partir dos mistérios de Orfeu, as concepções
de justiça póstuma alcançam grau mais alto. No Hades
terrificante de Homero, os Espíritos são julgados por
Minos, filho de Zeus.

Os gauleses aceitavam a doutrina da transmigração das
almas e eram depositários de avançadas revelações da
Espiritualidade Superior.

Os hebreus localizavam os desencarnados no "scheol",
que Job classifica como sendo "terra de miséria e trevas,
onde habitam o pavor e a morte".

Com Virgílio, encontramos princípios mais seguros no
que se refere às leis de retribuição. Na entrada do Orco,
há divindades infernais para os trabalhos punitivos,
quais a Guerra, o Luto, as Doenças, a Velhice, o Medo,
a Fome, os Monstros, os Centauros e as Harpias, as
Fúrias e a Hidra de Lerna, simbolizando os terríveis
suplícios mentais das almas que se fazem presas da
ilusão, durante a vida física. Entre esses deuses do
abismo, ergue-se o velho ulmeiro, em cujos galhos
se dependuram os sonhos, aí principiando a senda
que desemboca no Aqueronte, enlameado e lodoso,
com largos redemoinhos de água fervente.

Os egípcios atravessavam a existência, consagrando
-se aos estudos da morte, inspirados pelo ideal da
justiça e da felicidade, além-túmulo.

Mais recentemente, Maomet estabelece novas linhas
à vida espiritual, situando o Céu em sete andares e o
inferno em sete sub divisões. Os eleitos respiram em
deliciosos jardins, com regatos de água cristalina,
leite e mel, e os condenados vivem no território do
suplício, onde corre ventania cruel, alimentando
estranho fogo que tudo consome, e Dante, o vidente
florentino, apresenta quadros expressivos do Inferno,
do Purgatório e do Céu.

As realidades da sobrevivência acompanham a alma
humana que a vida não se encontra circunscrita às
estreitas atividades da Terra.

O corpo é uma casa temporária a que se recolhe
nossa alma em aprendizado. Por isso mesmo, quando
atingido pelas farpas da desilusão e do cansaço, o
espírito humano recorda instintivamente algo
intangível que se lhe afigura ao pensamento
angustiado como sendo o paraíso perdido.

Desajustado na Terra, pede ao Além a mensagem
de reconforto e harmonia. Semelhante momento,
porém, é profundamente expressivo no destino de
cada alma, porque, se o coração que pede é
portador da boa vontade, a resposta da vida
superior não se faz esperar e um novo caminho
se desdobra à frente da alma opressa e fatigada
que se volta para o Além, cheia de amor,
sofrimento e esperança.


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Prece belíssima!

"O lírio que floresce no lodo é uma estrela de Deus que, brilhando no charco, jamais se contamina." (André Luiz)

Meu coração é uma estrela

Meu coração é uma estrela, e eu fui criado para o bem e para a luz!...
Não fui criado para o mal, nem para a corrupção.
Não recebi uma alma para transfigurá-la em espectro do lodo.
Não fui feito para o vício e a degradação.
Meu corpo é santuário sagrado criado para a exteriorização do amor e da luz.
Meus sentimentos são pérolas que não devo dividir com a imundície.
Meu pensamento é matéria sutil que devo dirigir para as criações superiores.
Minha vontade é alavanca que deseja meu Deus me projete no rumo da paz e da glória.
Situou-me Ele no mundo para que eu me livre do animal que ainda sou e não que o perpetue em mim.
Preparou-me Ele o espírito para a perfeição da angelitude e não para a degradação infamante da forma.Soprou-me na mente o progresso e não o gelo da estagnação.
Portanto, estou no mundo em aprendizado e não em escravidão; em busca da luz e não das trevas; forjando a sublimação e não o retrocesso.
Situa-me, Senhor, dentro desta verdade, e me ampara os caminhos para que eu não ceda às tentações do mundo.
Que eu sirva quanto esteja em mim servir; que eu ame quanto possa; que estenda as mãos e ampare sempre; que esteja próximo quando necessitado; que eu caminhe distribuindo o melhor de mim; que possam contar comigo todos os irmãos do mundo, mas te peço Pai:
não permite que eu me iluda, me vicie e me perca nele, por ingenuidade ou invigilância, e assim, cego, equivocadamente substitua valores e me afaste de Ti, cada vez mais, para meu próprio prejuízo e infelicidade!...

Assim seja!

Prece ditada por André Luiz - Instituto de Estudo, Pesquisa e
Divulgação Espírita André Luiz - Curitiba, PR


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