A modernidade tem sido uma ferramenta maravilhosa a acelerar a grande caminhada da humanidade na direção do progresso, sendo fator tão almejado nos dias de hoje por todas as comunidades nos mais diversos rincões da geografia terrena.
Assim as ciências têm contribuído de forma notável com os magníficos avanços, trazendo ao homem moderno melhores condições de vida, maior conforto, encurtando distancias, priorizando o tempo e aproximando pessoas sem importar a distancia que se encontrem, desta forma hoje tudo tem sido vivido, assistido e documentado em tempo real.
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E é natural que seja assim, a modernidade tem produzido o progresso e o progresso produzido a evolução, e a evolução vem premiando ao homem moderno com maiores e melhores perspectivas de vida, produção e prosperidade.
A modernidade vem trazendo em seu bojo avanços e mais avanços, todos significativos, facultando a todos possuir e gozar de maiores comodidades. Os avanços tem facilitado a vida de muitos que antes viviam em situações penosas e precárias. Tudo isso é muito lógico, louvável e compreensível, sendo mesmo necessário que seja assim.
Contudo, observamos que a aceleração irrefreável dos avanços verificados, tem construído no homem ainda despreparado para o futuro a ganancia em possuir, desejando sempre mais e mais. Uma multidão tem mergulhado neste estado de desejo sem medidas e incontrolável, determinando assim uma situação de consumismo sem limites. Assim tem nascido um abismo perigoso, fundamentado na ânsia por novidades, o homem moderno tem vivido cada vez mais sequioso em sua busca por novidades, e sem perceber vem afundando cada vez mais num charco movediço recheado de descartáveis.
Entendemos, entretanto que a busca por novidades é um direito de todos, um processo maravilhoso, lidimo ao próprio contexto do progresso, contudo não podemos nos esquecer de que a lida com o novo deverá estar sempre subordinada a uma rígida disciplina, não nos permitindo afastar das exigências em torno da qualidade, e balizado pelos parâmetros das necessidades, sob pena de estarmos deslizando imperceptivelmente pelos perigosos despenhadeiros onde tudo se torna simplesmente descartável.
Observamos esta questão de forma criteriosa e preocupada, hoje se descarta tudo, as posses, os bens de utilidade, amizades, pessoas, estamos assistindo ao descarte de estruturas preciosas como o sentimento, as emoções, a moral e as responsabilidades, e em muitos casos temos também testemunhado de forma pesarosa o descarte de lares, de famílias dantes promissoras, maravilhosas, transformando-as em simples escombros, e tudo isso em nome da busca desenfreada em torno das novidades e em nome de uma pseudo modernidade.
Daqui temos observado de forma preocupada os rumos do Movimento Espirita diante a modernidade que assola a atualidade. Muitas vezes se perdendo na lida com as novidades que batem às suas portas a todo o momento. Assim, em nome da modernidade temos descartado e sucateado perolas preciosas e de raro valor. Tudo tem sido descartado pela ânsia de atender às novidades e infelizmente sem a devida acuidade avaliadora. Temos priorizado as novidades que muitas vezes nada trazem consigo de qualitativo e tão pouco de produtivo, mas que simplesmente contemplam a avidez de muitos em torno de novidades.
Não nos esqueçamos de que temos um passado a zelar, e uma história maravilhosa em construção, e que das estruturas Kardequianas não se abre mão, e tão pouco se descarta o zelo imprescindível pela coerência doutrinaria, sobre pena de nos perdermos neste cipoal de novidades e tornarmos a nós mesmos os descartáveis do próximo momento.
Casa Espirita é necessário abrir em seu interior uma ampla reflexão em torno das novidades, sobre o consumismo, e acerca das novidades que tem batido a nossa porta, e principalmente sobre aquilo que é verdadeiramente descartável e sobre aquilo que não é descartável, sob pena de num futuro próximo nos vermos mergulhados em grandes enganos.
Necessário se faça uma ampla reflexão de nossos valorosos instrumentais, amando-os, protegendo-os e guardando-os vigorosamente, e colocando-os dia a dia na pauta do imprescindível. O Pentateuco de Kardec, a monumental obra legada por Francisco Candido Xavier, através de Emmanuel, André Luiz e tantos outros seareiros ilustres que foram as luzes imprescindíveis nas primeiras horas. Joanna de Angelis, Amélia Rodrigues e tantos outros luminares que nos foram valorosos candeeiros desde os primeiros momentos. Movimento Espirita não se pode sucatear perolas, atirando-as ao monturo dos inservíveis e dos descartáveis, simplesmente porque as sereias das novidades cantarolam a nossa porta.
Precisamos urgentemente fazer um retorno, reciclar a simplicidade e a humildade dos primeiros dias!…
Casa Espirita, mantenhamo-nos atentos em torno dos caminhos a seguir, firmes quanto às direções a serem tomadas, sem que haja nenhuma recusa ao precioso e indispensável auxilio da modernidade, mas nos mantendo responsáveis e conscientes de que a qualidade jamais perde o seu prazo de validade e a sua serventia, e que por isso mesmo mantêm-se sempre moderna e atual. Lembremo-nos de que Jesus, ainda que ELE tenha nos trazido a sua mensagem plena em preceitos éticos morais a mais de dois mil anos, mantem-se ainda hoje atual e moderna como nos primeiros dias, e uma grande novidade para tantos quantos anseiam por um caminho melhor, e por todos aqueles que se encontram sedentos por vibrações de paz e de harmonia.
Casa Espirita, espiritas, avante, sempre avante!… Prossigamos modernizando, atualizando, renovando, e progredindo, sem nos esquecer de que Deus, Cristo e Caridade é a bandeira sempre atual e atuante na construção de um mundo melhor.
Que Jesus seja para todos nós a grande modernidade em nossas vidas, luzindo em nossos corações hoje e sempre.
Bezerra de Menezes, psicografia Jairo Avellar.
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